Curimba 



Esta seção tem como objetivo disponibilizar todas as instruções da Curimba para cada uma das linhas de trabalho da Casa do Vô Benedito. Além disso, irá disponibilizar as apostilas e os áudios respectivos já disponíveis na plataforma, para ajudar na absorção das músicas.


Capitães da Curimba: Bernardo, Carlos Henrique e Joana.

FUNDAMENTO

A Curimba é o nome dado ao grupo de médiuns responsável pela condução musical dos trabalhos, através dos toques e cantos sagrados dentro de um terreiro de Umbanda. São também chamados de atabaqueiros, curimbeiros, sambas ou simplesmente aqueles que exercem função de “ogã”.

Além da voz e das palmas, utilizam-se de instrumentos musicais, sendo o atabaque o principal, em que pese existam outros instrumentos que podem também ser utilizados em complemento, como a conga, o caxixi, o ganzá, agogô, o gongo, a flauta, dentre outros.

O propósito dos pontos cantados é, primeiramente, ritualístico, pois acredita-se que a música manipula/gera energias, sendo que, para cada momento da gira, diferentes forças precisam ser ativadas. Assim, temos pontos para a defumação, abertura das giras, bater cabeça e assim por diante. Existem também os pontos específicos para cada linha de trabalho que, por sua vez, se dividem em subgrupos, como pontos de firmeza, de saudação, de sustentação, de chamada e de subida.

Além da questão energética, o uso da música auxilia na concentração dos médiuns, direcionando o foco para os toques e os cantos, evitando distrações, o que garante a ordem nos trabalhos espirituais, imprescindível na Umbanda. A batida do atabaque também induz o cérebro a emitir ondas cerebrais diferentes do padrão comum, facilitando o transe mediúnico.

Já no espiritual, considerando que as ondas sonoras traduzem-se em ondas energéticas, atuam diretamente nos chacras, ativando–os e aumentando a sintonia com a espiritualidade, criando condições ideais para a prática da mediunidade de incorporação. Acabam ainda por dissolver energias pesadas e limpar a aura da pessoa, agindo também na mente, afastando pensamentos negativos.

Em que pese não estejam incorporados, existe uma corrente de entidades que auxilia nos toques e cantos da Curimba. São verdadeiros guardiões dos mistérios do som.  Em razão disso é que entidades incorporadas, quando fazem uma saudação na frente dos atabaques, estão saudando não apenas os médiuns, mas também a esses mestres da música no astral.

Daí a importância da Curimba como ferramenta viabilizadora, mantenedora e potencializadora de energia, propiciando também a comunicação do nosso carinho e amor pelos Orixás e Entidades através da oração cantada. Em razão disso é que, para que eles possam de antemão estar preparados para o trabalho, os médiuns da Curimba batem a cabeça antes que os demais médiuns da corrente.


ATRIBUIÇÕES

Os médiuns que fazem parte da Curimba precisam estar preparados para esse tipo de trabalho, devendo estar familiarizados com os pontos e os seus respectivos fundamentos. O médium não necessariamente precisa ter conhecimento prévio de percussão ou música para fazer parte da Curimba, mas recomenda-se aprender e praticar, se estiver disposto a conhecer esse lado do desenvolvimento mediúnico.

Geralmente, são médiuns intuitivos, que percebem as energias e suas oscilações, permitindo, assim, que saibam o quê, como e quando cantar determinado ponto durante os trabalhos. Por isso, é essencial a participação dos ensaios, para alinhar a condução da gira e manter a harmonia necessária durante o ritual.

Na nossa casa, se o médium da corrente tiver interesse em desenvolver essa  parte da mediunidade, é necessário conversar antes com os capitães da Curimba e com o Pai de Santo. Somente será permitido participar com autorização prévia do dirigente. É importante relembrar que se trata de uma função profundamente sagrada, que exige do médium a mesma concentração e dedicação necessária que os demais.

REGENTE ESPIRITUAL

Na casa do Vô Benedito, o regente espiritual da Curimba é o Caboclo Apu Q'inti, uma entidade que utiliza o arquétipo do povo Andino / Inca. Atua como regente dos médiuns e entidades responsáveis pela condução dos trabalhos musicais.

Por ser um espírito andino, está muito ligado com a energia das montanhas, do céu e, principalmente, do Sol (para o povo Inca, Apu Inti era o Deus do Sol). Em outras palavras, trabalha com uma energia mais etérea. Por isso, tem uma forte ligação com os trabalhos de cura, tanto da alma quanto do corpo.